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A mostrar mensagens de junho, 2011
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A Torre de Londres, testemunha silenciosa de crimes, traições e lutas pela vã glória do poder. Onde há masmorras, com inscrições desesperadas de quem lá esteve cativo. Onde os 12 Beefeaters, ancestrais guardas de prisioneiros e das jóias da Coroa, são os guias que nos conduzem com humor, num palavrear denso que nos traz à memória o sotaque ferrenho de My Fair Lady. Depois das lendas, das narrativas e dos horrores, fica a imagem deste relvado verde profundo, com manhãs coadas de raios de sol tímido e corvos negros, belíssimos.
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LONDON EYE - LONDRES

27 de Dezembro de 2007. Um instantâneo feliz, captado ao amanhecer, sobrevoando a cidade. Ao chegar a Londres, escrutinamos o seu traçado. Bem destacado, o london eye, a roda gigante.
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ÁFRICA, MINHA RAIZ

Uma folha de palmeira ondula provocante E me roça nos cabelos. Desperto um pouco e sorrio. Ela vai, ela volta e beija-me com seu hálito fresco. É uma noite tropical, como muitas que vivi. Na praia, assitindo ao sol poente, descobri Que África é encanto, segredo, lenda, bruxedo, Tudo o que a alma lhe quiser chamar.       Mesmo morto, para trás dos morros       O sol deixou no céu púrpura       Um rasto de agonia e sangue.       E mesmo enterrado nas trevas       Arrasta consigo a baía, já calma e exangue. Agora é o calor da noite, é a vez dos sonhos É a brisa cálida que nos engole. Sobre mim, o Cruzeiro entrelaça estrelas Com abraços de água e areias amarelas.       Longe, o silêncio dos flamingos no mangal       A mistura doce, branca e rosa das suas penas.       Das senzalas, a melodia negra, o batuque, a fuba, o pirão       Homens que regressam à cubata       Levando na boca kissangua e uma triste canção. Capulanas multicores e infindáveis Envolvem corpos reluzentes, E missangas, mis
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Esta crónica de viagem, publicada também em semanário, é uma das dez que escrevi, a propósito da minha primeira viagem à China. Em Agosto de 2007, fui em damanda do Oriente, demasiado fascinada e muito curiosa com esse gigante que se preparava para apresentar ao mundo todo o seu poder, reflectido na organização, sem mácula, dos Jogos Olímpicos. Sendo, embora, absolutamente indizível - as palavras não chegam - ficaram as palavras escritas. Mas só os sentidos, os cheiros e os olhares podem abarcar esta terra imensa de chão, de costumes e de contrastes.
AS MISTERIOSAS MONTANHAS DE GUILIN Depois de uma visita à Veneza do Oriente, em Su Zu , onde se situa o maior parque de bonsai do mundo, com canais e até um pagode inclinado, à moda de Pisa, rumámos para Guilin, cidade da Região Autónoma da Nacionalidade do Guangxi, no interior da China. Aqui, o clima é temperado e húmido, sem grande rigor no Verão nem no Inverno. Por isso, a sua vegetação é de um verde luxuriante, os arrozais proliferam e a paisagem oferece-nos as montanhas mais mágicas deste planeta. Não se pode compreender a pintura e a arte chinesa antes de se visitar Guilin . Aqueles morros esguios que emergem das telas de seda e de papel, e que fazem parte do nosso imaginário, existem. É lá que os encontramos, envoltos pela mesma névoa misteriosa com que são, invariavelmente, pintados, desde séculos. Os estudos geológicos concluíram que há três milhões de anos esta região era um mar infinito. A erosão e o tempo fizeram o resto. Legaram-nos milhares de grutas e cavernas por onde
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4 de Maio de 2007 - Apresentação de "Ainda Não" - Livraria Almedina - Matosinhos
PREFÁCIO Pela maneira peculiar de sentir o espaço e os outros, o sorriso de IVA CARLA VIEIRA, que vem na capa, foi sempre assim como anúncio da sua transparência, à convidar à leitura do seu pensamento, para uma reflexão abrangente de todos e de tudo. Não é só a erudição que salta ao correr da leitura das páginas mas o eterno feminino que não consegue esconder na sua prosa poética. Há subjacente um grito de revolta contra os actuais bárbaros que transformam os espaços verdes em florestas de cimento mal amanhadas. Ser diferente é necessário. Se assim não tivesse sido sempre, em continuidade revoltosa, possivelmente ainda estaríamos todos nos tempos das cavernas a auferir a herança sensata dos antepassados. IVA não é EVA. É a mulher na plenitude do século vinte e um em que nos ensina. Este livro contribui para ensinar e pensar, sob o manto da desejável liberdade de comunicação e de louvável registo para que todos possam desfrutar. Como diz na sua crónica Aromas, sabores e receitas do cor
Esta crónica faz parte de uma edição independente, com o mesmo título " ainda não ", que, essencialmente, é a compilação de crónicas que foram publicadas, semanalmente, num semanário concelhio. Foi a necessidade de cristalizar estes conteúdos num formato perene que me levou a esta publicação. São crónicas que representam, apenas, o meu olhar sobre as coisas, as pessoas, e os tempos e que exprimem, sem reservas, a minha forma de ver o mundo. Assim o disse, aquando do lançamento do livro em 2007. E, como não podia deixar de ser, publico o prefácio do meu querido Professor e Mestre, Professor Doutor José Eduardo L. Pinto da Costa.

MADA DAYO

MADA DAYO Neste filme de Akira Kurosawa, de 1993, o maior cineasta de sempre do Extremo Oriente, que trata a amizade e a solidariedade por tu, vejo a história que me encanta e faz chorar, todas as vezes que for preciso. Num cenário em que se adivinha já a Segunda Guerra Mundial e numa tela a preto e branco, um homem pequenino e delicado, com muito humor e sabedoria, reforma-se da sua profissão de sempre: ensinar Alemão. Contrariando a lenda Japonesa, em que um homem de idade se recusa a morrer, também o professor e os alunos, enleados no encanto do mestre e amigo, apostam em enganar a sua morte que não deixarão interferir nos planos de vida que, em conjunto, põem em marcha. Eles são jovens e atrevidos, têm os atributos que a mocidade deve ter. Assim, desafiam a inteligência do seu professor , até ao ponto de celebrarem uma aposta: que seriam capazes de assaltar a sua casa, impunemente. O mestre, prudente mas arrojado, levou a melhor. Preparou os aposentos para a noite, eventual, em que