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A mostrar mensagens de janeiro, 2012

GOGUE - ARTE, CARICATURA E CARTOON

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Gogue nasceu e vive em Grove, na Galiza. A primeira vez que dei de caras com o seu génio, foi, precisamente, nesta terra de mar, muito perto da ilha de Tocha, conhecidissima dos Portugueses que ali visitam a célebre fábrica de sabonetes, de origem mineral, com propriedades fantásticas para a pele. Fascinada com o mural e com as pinturas nele plasmadas, vi um homem de cócoras a pintar. Era O Gogue. Com a simplicidade de quem é genial, apresentou-me a sua obra, então acessível aos olhares que por ela tivessem algum interesse. Uma última ceia original, com estrelas de cinema, o típico galego com a sua boina, a velha e os costumes da sua terra. Gogue manteve, e mantém, a sua colaboração quotidiana com o jornal " Faro de Vigo ", onde publica as suas caricaturas. A sua fama transpôs Espanha e a sua arte é reconhecida no Japão e nos EUA, onde participa em exposições bem peculiares. Neste dia de sol, ficamos num retrato devidamente emoldurados pela sua criação. Com o tempo, e a sua i

QUANDO A CIDADE TEM CORAÇÃO

As cidades, as vilas e os lugares em que vivemos, convivemos e trabalhamos devem ter algo de genuíno, cativante e diferente para que os possamos amar. Não é impunemente que nos dedicamos a uma terra, mesmo àquela que não nos viu nascer, e lhe devotamos uma peculiar afeição, ou, pelo contrário, lhe somos relativamente indiferentes e nunca a sentimos como nossa, nem a adoptamos plenamente. Para nos sentirmos completos, como seres humanos e cidadãos, temos de trazer um lugar no peito , uma especial preferência por uma paisagem ou recanto, um fascínio por espaços do nosso quotidiano, onde espalhamos emoções e vivências, ou, quando mais não haja, podemos carregar uma saudade indizível por um sítio que não se visita, a não ser na memória. Para nos sentirmos vivos e actuantes, há que ter a percepção clara de que a urbe que nos acolhe também pulsa e tem um coração. Penso mesmo que o diálogo interior que estabelecemos com o horizonte, o rio ou o mar, a montanha ou o planalto, os parques, os mon

CINCO ESTRELAS EM CADA MÃO

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Maria José Dias "Por cima da distância Poemas de amor, vida e ternura" Lançamento em 2002, na Trofa Maria José Gomes Cerqueira, de seu nome artístico Maria José Dias, nasceu no Rio de Janeiro. Depois de uma vida dedicada à família e amigos, abalançou-se na escrita da sua poesia e prosa poética e lançou os seus livros, alguns através de edições independentes, como forma de dar corpo a muitas paixões. Foi, na sua essência, uma Mulher apaixonada pelo Amor, pelos Sentimentos e pela Paz. Criativa, nunca se cansou de desenhar, bordar e pintar em tela e seda, e, a aprtir de 1970, começou a participar em exposições individuais e colectivas em vários pontos do país, com destaque para a terra onde viveu, a Trofa. Em Março de 1992, participou num concurso literário no Rio de Janeiro, e conquistou o Prémio de Edição com Diploma e Medalha de Honra e Mérito em Prata. que lhe valeu um lugar na Antologia Poética " Os mais belos escritos de amor" , de 1992. Recebe novo convite, para

MEMÓRIAS SUAVES DE MACAU

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Das viagens restam as memórias felizes O perfume adocicado dos doces confeccionados nas fachadas das lojas, sob o nosso olhar, com um cuidado minucioso na arte de rechear e dobrar. Tenho saudades desses sabores, que ainda prolonguei em casa, com as caixas de doces que trouxe. Poucas....poucas.... Por minutos, pensamos estar numa rua portuguesa É usual vender natas e um café.  Por poucas patacas. Um olhar encantado Um rosto bonito Tai chi chuan Uma série de gestos padronizados que os chineses rotineiramente cumprem. Uma mistura de arte marcial e dança. Absolutamente fascinante pela cadência, a harmonia, a introspecção, a paz. Com leque, sabre e espada, foi e é um prazer indízivel observar.   No calor húmido das noites ou na frescura precoce das manhãs, mulheres e homens dançam Os gestos delicados e a alegria corporal magnetizam. Quando o dia acaba, e a noite vai longe, o ritual que se cumpre à porta dos lares O hotel "leque" de Stanley Ho Uma fotografia captada lá do alto, do

MACAU E A ALMA LUSITANA

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Cadernos de Viagem (9) - Crónica publicada em jornal Agosto de 2007 Ruinas de S. Paulo Fachada que permanece, depois do incêndio que destruiu a Catedral, em 1835. Testemunho da missão dos Portugueses - dilatar a Fé e o Império - Macau foi o foco de difusão do Catolicismo e o ponto de partida dos missionários para o extremo Oriente, em particular para a China. MACAU E A ALMA LUSITANA Chegámos a Macau por mar, numa travessia feita em turbojet , uma espécie de overcraft com uma velocidade moderada que permite não perder de vista a costa e as ilhas, uma presença permanente nestas paragens. Quando se chega e se lê o português, escrito na sinalética e nas placas toponímicas, temos a estranha sensação de estar em casa, apesar de haver de se cumprir todas as formalidades próprias de uma fronteira. Durante mais de quatrocentos anos os Portugueses estiveram neste enclave de território e ali espalharam a sua cultura, usos e tradições , que ainda presenciamos, particularmente na arquitectura, ci

ODE A UM AMIGO

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Ana Sofia Sá Pereira olhando o Rio Cam (Cambridge) " Ode a um Amigo A Amizade é um valor menosprezado e subjugado a outros, na actualidade. Posso mesmo dizer que não foram muitas as vezes em que senti o calor de um olhar verdadeiramente Amigo, o amparo sincero quando menos bem sucedida, mas sempre acompanhado de palavras fraternas que me alijaram a carga trazida pelas circunstâncias adversas. No entanto, foram esses esparsos olhares Amigos que me fizeram persistir e lutar, sempre com o facho da esperança num futuro melhor, aceso e erguido, na escuridão dos dias. A Amizade é uma comunhão de almas e de espíritos que nada teme, nada inveja, nada condena. Não declinemos nunca o dever e a honra de ser um bom Amigo. Aos Amigos perdoaremos tudo, pois são eles o nosso porto seguro na tempestade dos dias. São eles a força da torrente que nos empurra para terra firme nas derivas da vida. É por estes singelos (mas não despiciendos) pormenores que, de entre todos aqueles que surgem na nossa v

PERFUME, DOÇURA E COR - OS BAZARES DE ISTAMBUL

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A festa dos sentidos! Passear pelos mercados de rua é um desafio para a visão, o olfacto e o paladar. Entrar no Bazar Egípcio (ou Bazar das Especiarias) é uma rotina que se cumpre com um prazer renovado. Voltamos sempre, com o pretexto de caminhar. Situado no bairro de Eminonu, fica na proximidade da Mesquita Yeni, da ponte Gálata (há que atravessá-la, vezes sem conta, de uma margem para a outra, pelo tabuleiro superior, onde os pescadores se reunem, e pelo tabuleiro inferior, onde os restaurantes são um ponto de atracção), bem como da estação ferroviária que ficou para a posteridade por ser o término do Expresso Oriente . Quando se domina o traçado deste pedaço de Istambul, é com muita facilidade que saimos do Grande Bazar - o maior de Istambul, onde se merca tapetes, roupa, joias e de tudo um pouco - e descemos por uma das ruas mais populosas deste bairro, para entrar por uma das suas portas e andar por lá, cativados com os aromas, os perfumes, as cores, e as texturas dos produtos.

NEVE EM ISTAMBUL

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Cúpulas da Mesquita Azul Partimos depois do Natal de 2008, para passar o ano em Istambul. Nevou no dia anterior à chegada, e os dias que se seguiram foram pardacentos, com um frio imenso, a tocar temperaturas negativas. Apesar da expectativa de algum sol, que não se cumpriu, o viajante deve ser capaz de se adaptar, rapidamente, às circunstâcias que o rodeiam. E aproveitar tudo de bom que a viagem lhe pode proporcionar. Assim aconteceu. Foram dias inesquecíveis, especialmente para mim que matava saudades de Istambul. E, apesar da neblina, foi bom rever a Mesquita Azul, mandada construir pelo Sultão Ahmed, entre os Séculos VI e XVI, situada na praça com o seu nome -  Sultanameht . Aqui foi o centro de Bizâncio Romano e da Constantinópla Bizantina e Otomana. É um ponto de visita obrigatória, e, na sua periferia, encontramos os mais interessantes vestígios do passado, como o hipódromo, o obelisco de Teodósio (Imperador Bizantino cuja biografia merece ser estudada)monumento que foi trazido